Treino isoinercial

CARACTERÍSTICAS, BENEFÍCIOS E O PAPEL DO TRABALHO MUSCULAR EXCÊNTRICO

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O que é o treino isoinercial? Porque marca pela diferença?

Isoinercial nasce da junção de duas palavras: “iso”, que significa mesmo, e “inércia”, que significa resistência. [1]

O treino isoinercial permite trabalhar o movimento de aceleração-desaceleração, ou seja, movimentos concêntricos (contração do músculo) e movimentos excêntricos (extensão do músculo). Estes estão presentes na maior parte dos gestos técnicos desportivos e são responsáveis por um grande número de lesões desportivas. [2]

A diferença entre o treino isoinercial e outros métodos de treino está na forma como se trabalha a resistência e a velocidade segundo a ativação isoinercial. [1] No treino isoinercial, a energia cinética produzida na fase concêntrica é devolvida na fase excêntrica.

As principais características do treino isoinercial

O exercício isoinercial faz com que os músculos trabalhem numa extensão diferente do habitual. Assim, estes têm uma capacidade de adaptar a tensão segundo a longitude, gerando uma tensão ótima, tanto num movimento interno como num externo. [5]

O exercício isoinercial é também uma ferramenta de apoio à progressão funcional — ao realizar uma sucessão de atividades que estimulam as capacidades motoras e desportivas, permite ao atleta/paciente adquirir ou recuperar as capacidades necessárias para executar exercícios desportivos com segurança e eficácia. [5]

Através da realização de exercícios isoinerciais, é possível melhorar a capacidade de gerar força em toda a extensão articular, permitindo, assim, um bom controlo motor, uma melhoria da estabilidade corporal e uma diminuição do risco de lesão. [5]

Os benefícios do treino isoinercial

Conheça alguns dos vários benefícios do trabalho isoinercial: [1]

  1. O treino isoinercial permite uma sobrecarga da fase excêntrica do exercício, produzindo melhores resultados de coordenação, força e funcionalidade.
  2. O exercício isoinercial pode ser utilizado para fins terapêuticos ou para fins de rendimento e exercício funcional.
  3. A ativação inercial permite o aumento da força utilizada. Outros tipos de treino geram menos intensidade e otimizam apenas a fase concêntrica do exercício.
  4. O exercício isoinercial proporciona um esforço pulmonar e cardiovascular mais reduzido.
  5. O exercício isoinercial estimula a ativação dos processos regenerativos musculares.
  6. A força aplicada ao equipamento isoinercial é a força que ele devolverá, evitando possíveis lesões em cada repetição.
  7. O trabalho excêntrico e concêntrico com equipamentos isoinerciais permite diminuir consideravelmente o tempo de treino.

A importância do trabalho muscular excêntrico

Devido às suas propriedades fisiológicas e mecânicas, há um interesse crescente em empregar o trabalho muscular excêntrico para fins clínicos e de reabilitação. É um tipo de treino que garante resultados rápidos e eficazes com um baixo impacto. Os alongamentos das fibras musculares criam micro-adaptações do tecido muscular, úteis para regenerar o músculo e prevenir lesões.

A fase excêntrica durante a realização de exercícios isoinerciais tem vários benefícios como, por exemplo, a hipertrofia de fibras tipo II, a alteração muscular e, consequentemente, um aumento da longitude do fascículo muscular. [5]

No entanto, é importante trabalhar com o equilíbrio correto na ação excêntrica, já que este tipo de trabalho muscular, realizado de forma não habitual, pode causar lesões musculares e dores retardadas (DOMS). [4]

Até à data, a estratégia preventiva mais útil para evitar estes efeitos adversos consiste em repetir sessões que envolvem contrações excêntricas submaximais, cuja intensidade é progressivamente aumentada durante o treino. [4]

Além da sua eficiência no desempenho desportivo e na reabilitação, o treino excêntrico constitui ainda uma estratégia atrativa para prevenir o desperdício muscular na sarcopenia ou em muitas doenças crónicas. [4]

O papel do sistema nervoso no trabalho excêntrico

Em comparação com as contrações isométricas e concêntricas, as contrações excêntricas parecem exigir estratégias de ativação únicas por parte do sistema nervoso. A evidência experimental que suporta esta hipótese inclui a redução da ativação muscular durante as contrações excêntricas máximas, uma ordem de recrutamento alterada das unidades motoras durante as contrações excêntricas submaximais, uma diminuição do tamanho dos potenciais evocados no músculo pela estimulação transcraniana e periférica do nervo durante as contrações excêntricas e uma maior resistência à fadiga (diminuição da força) durante as contrações repetidas. [3]
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